terça-feira, 6 de novembro de 2012

Hemingway & Gellhorn‏



Num periodo em que os ideais queriam dizer alguma coisa, em que as causas só eram perdidas depois da morte, ou talvez após o abraço da eternidade, Martha Gellhorn, jovem jornalista, conhece Ernest Hemingway e seguem, como correspondentes de guerra, para Madrid, cobrindo a Guerra Civil de Espanha.

Durante o conflito nasce uma paixão estonteante entre os dois. Identificam-se um com o outro. Bebem um do outro por longas noites debaixo dos bombardeamentos nacionalistas. Casam-se quando chegam a Cuba e vivem momentos de curta felicidade. Gellhorn quer viver a sua vida e recusa-se a viver na sombra do grande romancista. Quer cobrir conflitos por todo o mundo, quer escrever sobre as pessoas por detrás da Guerra. Quer descrever os seres humanos que sofrem com os horrores da guerra. Quer ver com os seus olhos, como correspondente de guerra, a realidade crua das vítimas do pesadelo bélico.

Esta história deveria ter sido contada no grande ecrã e aflige-me solenemente o facto de ter sido passada a mini-série. Diminuida como se algo de secundário se tratasse. 

Com uma Nicole Kidman estonteante e um menor Clive Owen, este Hemingway & Gellhorn, passou ao lado da grande maioria dos amantes da arte da representação.

Kidman interpreta um dos seus maiores papeis, como a carismática Mrs. Hemingway número três, ou melhor, a explosiva, corajosa e humana, Martha Gellhorn.

Esta mini-série da HBO causou-me sentimentos mistos. 

Actores formidáveis como Nicole Kidman, David Strathairn (como John dos Passos), Rodrigo Santoro (como o revolucionário Paco Zarra), Tony Shalhoub (como o jornalista estalinista Mikhail Koltsov), Santiago Cabrera (como o grande fotográfo Robert Capa). Ou mesmo participações especiais do grande Robert Duvall ou do baterista dos Metallica, Lars Ulrich.

Tudo isto para uma infeliz e mediocre produção. Esta história merecia ser melhor contada.

Nota: 3

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