Mostrar mensagens com a etiqueta Poetry Jam. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Poetry Jam. Mostrar todas as mensagens
quarta-feira, 25 de março de 2015
Conto - MQ
Olhos curiosos de sabedoria
Sonhos em banho Maria
Certezas de Graça enfeitadas
Palavras enfeitiçadas
Jogámos ao era uma vez...
Adiámos todos os porquês
Encontrei-te na linha da vida
De verão tardio vestida
Trocámos segredos em palpitação
Voámos sem sequer sair do chão
Contámos as estrelas sem céu
Levantámos aos poucos o véu
Como planetas desalinhados em verso
Como se descobríssemos um novo universo
Como se já fosses tu antes de seres tu
Como um doce e perfeito deja vú
Já passamos por tantas vidas
E o Sol ainda brinca às escondidas
Ainda te desejo no meu leito
Ainda te sinto por perto....
Conto by MQ
sábado, 21 de março de 2015
O que sabemos do amor? - MQ
Lendo Carver no sofá
Perdido na rota da seda...
deixando os fantasmas entrar
....suave veludo encarnado
Se tu assim o quiseres
Visto-me de fato e gravata...
Vou contigo ao bailado
Comporto-me como um poeta
O que sabes tu do amor
Uma das dez pragas do Egipto
O que sabes tu da dor
Um dos dez mandamentos...
Se na rua por mim passares
Finge que não me conheces
Muda de passeio calçado
Desvia o olhar de criança
Se me vires dançar nu...
longe da linha do horizonte
Não venhas para cá morar
Deixa-me esmorecer no tempo
O que sabemos do amor? by MQ
quarta-feira, 5 de março de 2014
Travessia no deserto - MQ
Trago um Ulisses na alma
Complico o complicado
Desarranjo a desarranjada calma
Sou um Bloom desenraizado
À procura da afamada utopia
Sal e Moriarty num só
Pela estrada fora partia
Se quiseres pergunta ao pó
A um Deus desconhecido rezei
Vale de Nossa Senhora
Assentei estacas e esperei
Joseph Wayne foi-se embora
Oiço os sinos a chorar
Acordo de madrugada
Por quem os sinos dobram
Robert Jordan cai da montada
Travessia no deserto by MQ
Rio Memória - MQ
Tens o Tejo no olhos
Reflexo de vidas passadas
Rumo das descobertas
De mundos por conquistar
As tuas curvas são o Guadiana
Percorrem a fronteira do ser
Sem vontade de desaguar
Desejo de renascer
Os teus lábios são o Douro
Paralelos com os meus no caminho
O Sabor como afluente
Contentamento descontente
O teu peito é o Minho
Entre a nascente e a foz
A Ilha dos Amores
Vives nas margens do Mondego
Um destino infinito
Um caminho sem fim
Rio Memória by MQ
Doença - MQ
Momentos como pontes
A outra margem
Do passado para o futuro
Sem passar pelo presente
Passadeiras aérias
Areias movediças
Plantas trepadeiras
Ponto e virgula
Restos de civilização
No meio da confusão
Princípios e fins
Pendurados entre jardins
Verde sem esperança
Olhos de criança
Campos cheios de nada
Doença by MQ
Noites - MQ
Em direção ao vazio
O único caminho que estes homens conhecem
Viver com medo de morrer
Morrer com medo de viver
O ir e vir das rotinas
Os amores e desamores
As madrugadas e os amanheceres
A procura da igualdade
A limitação de ser humano
A Moral sem moral alguma
As verdades mentirosas
A ida para o trabalho
O regresso a casa
O cansaço do corpo
A procura de companhia
A carne
Uma bebida fria
Uma rodela de limão
Um café quente
O amargo de boca
Os cigarros que ardem
As histórias de outras vidas
Os pés gelados por baixo dos cobertores
O sono que não vem
Os homens do lixo
O ruído
O ruído
As vozes alheias
Os cães a ladrar
A uivar
A ganir
As portas a fechar
Uma cadeira a arrastar
Os passos pesados
Os passos inquietos
A mesma história de sempre...
Caos
Os olhos húmidos
As pestanas a cerrar
Silêncio e paz
Um bocejo de nada
A mesma história de sempre...
Morfeu
Noites by MQ
Enquanto dormias - MQ
Enquanto dormias
Abrias a asas
Voavas para longe
Para lá do eterno
Para além do além
No teu leito, alquimia
Quedas de água doce
Céus azuis
Estrelas cadentes
Nobres açucenas
Entre as tuas pernas
Laranjeiras em flor
Borboletas de seda
Uma chama que chama
Um perpétuo jardim
No teu abraço
Flor de cerejeira
O presente presente
Viver sem fronteiras
Um principio sem fim
Enquanto dormias by MQ
Sábado - MQ
Sábado,
Manhã,
Inicio de tarde,
Mozart e nicotina
Alquimia e cafeina
Literatura e partituras
Ideias obscuras
Preguiça almofadada
O doce fazer nada
Começa o fim de semana
Pequeno almoço na cama
Sábado by MQ
Providência - MQ
Fazes-me tremer por dentro
Perco-me em ti no tempo
O teu olhar de criança
O teu passo de dança
A tua boca é seda
Os teus lábios são sede
Nos teus olhos quero morar
Fazer deles o meu lar
Esse sinal é um verso
Um planeta no universo
Essa elegância eloquente
Faz-me esquecer o presente
Ainda sinto a tua crina
O teu toque fascina
Os teus dedos dos pés
Os teus ávidos porquês
O teu peito é proteção
Bem junto ao medalhão
O significado da Lua
Descobri quando te vi nua
Fazes-me tremer por dentro
Perco-me em ti no tempo
O teu corpo inocente
Faz de mim um crente
Providência by MQ
Fim - MQ
No espelho as razões que não sei explicar
Uma vida ansiosa por viver
Pressa presa pelo medo de morrer
De forma dramática padecer
A uma vida errática sobreviver
A ansiedade, essa madrasta
Deliciosa e filosófica varrasca
Deixa-me da mão ó susto perfumado
Deixai-me viver embriagado
Uma dor no peito, doce azia
Abrir os olhos para respirar outro dia
Um compasso de espera infinita
O desejo de uma morte tão bonita
Um pensamento profundo varre-me o universo
Uma dura memória em forma de verso
Uma estória de encantar mal contada
Uma porta entreaberta, escancarada
Um poema que me desarranja as entranhas
Fim by MQ
segunda-feira, 29 de abril de 2013
Soberbo - MQ
Por toda água que corre sem rios ou mares
Por todos os soldados que partem para a guerra
Por todo o dinheiro do Mundo,
Era capaz de sonhar, de amar, de voar, de vencer
Por todos os soldados que partem para a guerra
Por todo o dinheiro do Mundo,
Era capaz de sonhar, de amar, de voar, de vencer
Por todos os beijos, carinhos e abraços
Por todas as palavras faladas, escritas ou gritadas
Por todo o sol que nos aquece,
Era capaz de viajar, de navegar, de descobrir
Por todas as palavras faladas, escritas ou gritadas
Por todo o sol que nos aquece,
Era capaz de viajar, de navegar, de descobrir
Por toda a ironia e segredos da vida
Por todos os caminhos, cidades barulhentas e campos em flor
Por toda a fama e glória
Era capaz de fugir, escapar ou enfrentar o touro pelos cornos
Por todos os caminhos, cidades barulhentas e campos em flor
Por toda a fama e glória
Era capaz de fugir, escapar ou enfrentar o touro pelos cornos
Por todas a mentiras nunca antes inventadas
Por todas as verdades, legiões ou religiões
Por todo o transito a caminho de casa
Era capaz de pegar em mim e dormir até amanhã
Por todas as verdades, legiões ou religiões
Por todo o transito a caminho de casa
Era capaz de pegar em mim e dormir até amanhã
Sou capaz de me levantar da cama, do chão, bem cedo
Ir gritar para outra freguesia, ir amar outra mulher
Sou capaz de me deixar dominar pelo medo de falhar
Ir sonhar outros sonhos de menino, outras mentiras
Ir gritar para outra freguesia, ir amar outra mulher
Sou capaz de me deixar dominar pelo medo de falhar
Ir sonhar outros sonhos de menino, outras mentiras
Sou capaz de desistir ou talvez não, esperar pelo amanhã
Ir desta para melhor, ou pior, nunca ninguém me explicou
Sou capaz de acabar e começar de novo, ou simplesmente nem recomeçar
Ir até onde só vão os que têm coragem de deixar tudo em desassossego
Ir desta para melhor, ou pior, nunca ninguém me explicou
Sou capaz de acabar e começar de novo, ou simplesmente nem recomeçar
Ir até onde só vão os que têm coragem de deixar tudo em desassossego
Soberbo by MQ
quarta-feira, 17 de abril de 2013
Uma noite de Verão (ou talvez Inverno) - MQ
Foi-se o orgulho em forma de desenho, vestido de poema
Perdeu-se a liberdade, essa louca mentirosa que até já mete pena
Desistiu o dia que demorou a chegar, rasgado e amordaçado da sua essência
Fugiu e não valeu a pena o tempo, nem a vergonha, muito menos a paciência
Perdeu-se a liberdade, essa louca mentirosa que até já mete pena
Desistiu o dia que demorou a chegar, rasgado e amordaçado da sua essência
Fugiu e não valeu a pena o tempo, nem a vergonha, muito menos a paciência
Farto de escrever sobre as portas que estavam fechadas o poeta chorou
Louco e desesperado correu sem destino, o futuro que para trás ficou
Sentiu o fim nas veias, no peito manchado de erros desertos de certeza
De joelhos rezou por um novo principio, por algo auspicioso banhado de beleza
Louco e desesperado correu sem destino, o futuro que para trás ficou
Sentiu o fim nas veias, no peito manchado de erros desertos de certeza
De joelhos rezou por um novo principio, por algo auspicioso banhado de beleza
Foi-se o abstrato apaixonado pelos fantasmas embriagados de razão
Perdeu-se a dignidade, cedeu sem ter vontade, ruiu sem ter tesão
Desistiu de ser nobre, essa mentira coroada de espinhos
Fugiu pelas ruas à procura do fim, sem horizonte, por infinitos caminhos
Perdeu-se a dignidade, cedeu sem ter vontade, ruiu sem ter tesão
Desistiu de ser nobre, essa mentira coroada de espinhos
Fugiu pelas ruas à procura do fim, sem horizonte, por infinitos caminhos
Aquela melodia do vazio entranhou-se no mais fundo profundo
Nada mais existia a não ser o som e o ruído infernal do abismo do mundo
Acordou sem sentidos e aos poucos e poucos recuperou a consciência
Foi tudo um sonho mau ou bom, não sabia ajuizar, talvez seja demência
Nada mais existia a não ser o som e o ruído infernal do abismo do mundo
Acordou sem sentidos e aos poucos e poucos recuperou a consciência
Foi tudo um sonho mau ou bom, não sabia ajuizar, talvez seja demência
Da posição fetal passou a estar sentado, numa rapidez sobre-humana
Custava-lhe raciocinar, os vapores do sonho, a ansiedade insana
Levantou-se devagar sobre os pés, o cérebro e as pernas em estado dormente
Procurou a luz, finalmente alguma cor real, voltar ao estado inocente
Custava-lhe raciocinar, os vapores do sonho, a ansiedade insana
Levantou-se devagar sobre os pés, o cérebro e as pernas em estado dormente
Procurou a luz, finalmente alguma cor real, voltar ao estado inocente
Aqueles primeiros passos simples mas incertos, desesperadamente errantes
Com a luminosidade artificial tudo ficou pior, estupidamente sufocantes
De novo a escuridão, por favor, urgente como um copo cheio
Tentar adormecer, em esforço, a rezar baixinho, um sonho que ficou a meio
Com a luminosidade artificial tudo ficou pior, estupidamente sufocantes
De novo a escuridão, por favor, urgente como um copo cheio
Tentar adormecer, em esforço, a rezar baixinho, um sonho que ficou a meio
Uma noite de Verão (ou talvez Inverno) by MQ
sábado, 23 de março de 2013
Primavera - MQ
Sentado no jardim, junto à estrada, espero a Primavera
Espero pelo que não sei e nem quero adivinhar
Escondo o rosto com a palma das mãos e respiro fundo como quem desespera
Faltas-me tanto, falta-me a vida, falta-me o ar
Uma saudade de ser menino, das velhas canções de amor
Dos serões passados em abraços espinhosos e lágrimas ao partir
Dos sonhos inquietos, das noites mal passadas de calor
Do teu leito assombrado de ansiedade, do medo de cair
Tenho uma vontade imensa de fugir, com fulgor, em direcção ao vazio
Queria perder-me novamente no eco do teu abraço
Desejo tanto partir de novo em busca do caminho, uma montanha, talvez um rio
Queria perder-me novamente na pureza do teu regaço
Sentado no jardim, junto à estrada, espero e quase adormeço
Vou seguindo a vida com os olhos como quem vê passar um navio
Já não me recordo quem fui, desta vida me despeço
Vou percorrendo a estrada, fumo um cigarro, visto o casaco, tenho frio
Primavera by MQ
sábado, 16 de fevereiro de 2013
Casta Sinceridade - MQ
Ás vezes a sinceridade é uma mentirosa, apesar de formosa
É uma libertina, uma vadia, uma flor espinhosa
Ás vezes não quer nada com a verdade, quer dançar e fugir para longe
Perde-se pelas noites de luxúria, como a de ontem, como a de hoje
Certo dia a sinceridade fugiu de mão dada com a crueldade
Casaram-se e tiveram uma ninhada de filhos perfeitos de vaidade
Viveram para sempre numa casa de madeira à beira praia
Uma casta existência, tão branca que cega, tão pura como água
Partiu com um sorriso nos lábios doces e com o longo cabelo molhado de encanto
Lágrimas frias do Inverno ainda criança, escondendo o rosto embaraçado num pranto
Fechou-me todas a portas, uma esperança alarve e cínica de menino
Derrubou-me os muros do futuro e antecipou-me o destino
A luz da Grande Lua desapareceu para o parapeito da tua janela
Apagou-se ao tentar sobreviver para além dela, ao tentar esquecê-la
A verdade foi com ela também, deixando-me louco, deixando-me no eco sem fé
Depois, veio o vazio e a festa até…
Casta Sinceridade by MQ
É uma libertina, uma vadia, uma flor espinhosa
Ás vezes não quer nada com a verdade, quer dançar e fugir para longe
Perde-se pelas noites de luxúria, como a de ontem, como a de hoje
Certo dia a sinceridade fugiu de mão dada com a crueldade
Casaram-se e tiveram uma ninhada de filhos perfeitos de vaidade
Viveram para sempre numa casa de madeira à beira praia
Uma casta existência, tão branca que cega, tão pura como água
Partiu com um sorriso nos lábios doces e com o longo cabelo molhado de encanto
Lágrimas frias do Inverno ainda criança, escondendo o rosto embaraçado num pranto
Fechou-me todas a portas, uma esperança alarve e cínica de menino
Derrubou-me os muros do futuro e antecipou-me o destino
A luz da Grande Lua desapareceu para o parapeito da tua janela
Apagou-se ao tentar sobreviver para além dela, ao tentar esquecê-la
A verdade foi com ela também, deixando-me louco, deixando-me no eco sem fé
Depois, veio o vazio e a festa até…
Casta Sinceridade by MQ
sábado, 2 de fevereiro de 2013
Wish you were here - Pink Floyd
So, so you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue sky's from pain.
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
And did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
And did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?
How I wish, how I wish you were here.
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
And how we found
The same old fears.
Wish you were here.
by David Gilmour & Roger Waters
Heaven from Hell,
Blue sky's from pain.
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?
And did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
And did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?
How I wish, how I wish you were here.
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
And how we found
The same old fears.
Wish you were here.
by David Gilmour & Roger Waters
quinta-feira, 31 de janeiro de 2013
Bowery Blues - Jack Kerouac
The story of man
Makes me sick
Inside, outside,
I don't know why
Something so conditional
And all talk
Should hurt me so.
I am hurt
I am scared
I want to live
I want to die
I don't know
Where to turn
In the Void
And when
To cut
Out
For no Church told me
No Guru holds me
No advice
Just stone
Of New York
And on the cafeteria
We hear
The saxophone
O dead Ruby
Died of Shot
In Thirty Two,
Sounding like old times
And de bombed
Empty decapitated
Murder by the clock.
And I see Shadows
Dancing into Doom
In love, holding
TIght the lovely asses
Of the little girls
In love with sex
Showing themselves
In white undergarments
At elevated windows
Hoping for the Worst.
I can't take it
Anymore
If I can't hold
My little behind
To me in my room
Then it's goodbye
Sangsara
For me
Besides
Girls aren't as good
As they look
And Samadhi
Is better
Than you think
When it starts in
Hitting your head
In with Buzz
Of glittergold
Heaven's Angels
Wailing
Saying
We've been waiting for you
Since Morning, Jack
Why were you so long
Dallying in the sooty room?
This transcendental Brilliance
Is the better part
(of Nothingness
I sing)
Okay.
Quit.
Mad.
Stop.
"Bowery Blues" by Jack Kerouac
Makes me sick
Inside, outside,
I don't know why
Something so conditional
And all talk
Should hurt me so.
I am hurt
I am scared
I want to live
I want to die
I don't know
Where to turn
In the Void
And when
To cut
Out
For no Church told me
No Guru holds me
No advice
Just stone
Of New York
And on the cafeteria
We hear
The saxophone
O dead Ruby
Died of Shot
In Thirty Two,
Sounding like old times
And de bombed
Empty decapitated
Murder by the clock.
And I see Shadows
Dancing into Doom
In love, holding
TIght the lovely asses
Of the little girls
In love with sex
Showing themselves
In white undergarments
At elevated windows
Hoping for the Worst.
I can't take it
Anymore
If I can't hold
My little behind
To me in my room
Then it's goodbye
Sangsara
For me
Besides
Girls aren't as good
As they look
And Samadhi
Is better
Than you think
When it starts in
Hitting your head
In with Buzz
Of glittergold
Heaven's Angels
Wailing
Saying
We've been waiting for you
Since Morning, Jack
Why were you so long
Dallying in the sooty room?
This transcendental Brilliance
Is the better part
(of Nothingness
I sing)
Okay.
Quit.
Mad.
Stop.
"Bowery Blues" by Jack Kerouac
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Metade - Oswaldo Montenegro
Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...
Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.
"Metade" By Oswaldo Montenegro
Obrigado Miguel
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...
Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...
Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...
Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...
Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para faze-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...
E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.
"Metade" By Oswaldo Montenegro
Obrigado Miguel
segunda-feira, 10 de dezembro de 2012
Miracles - Walt Whitman
WHY! who makes much of a miracle?
As to me, I know of nothing else but miracles,
Whether I walk the streets of Manhattan,
Or dart my sight over the roofs of houses toward the sky,
Or wade with naked feet along the beach, just in the edge of the
water,
Or stand under trees in the woods,
Or talk by day with any one I love--or sleep in the bed at night with
any one I love,
Or sit at table at dinner with my mother,
Or look at strangers opposite me riding in the car,
Or watch honey-bees busy around the hive, of a summer forenoon,
Or animals feeding in the fields,
Or birds--or the wonderfulness of insects in the air,
Or the wonderfulness of the sun-down--or of stars shining so quiet
and bright,
Or the exquisite, delicate, thin curve of the new moon in spring;
Or whether I go among those I like best, and that like me best--
mechanics, boatmen, farmers,
Or among the savans--or to the soiree--or to the opera,
Or stand a long while looking at the movements of machinery,
Or behold children at their sports,
Or the admirable sight of the perfect old man, or the perfect old
woman,
Or the sick in hospitals, or the dead carried to burial,
Or my own eyes and figure in the glass;
These, with the rest, one and all, are to me miracles,
The whole referring--yet each distinct, and in its place.
To me, every hour of the light and dark is a miracle,
Every cubic inch of space is a miracle,
Every square yard of the surface of the earth is spread with the
same,
Every foot of the interior swarms with the same;
Every spear of grass--the frames, limbs, organs, of men and women,
and all that concerns them,
All these to me are unspeakably perfect miracles.
To me the sea is a continual miracle;
The fishes that swim--the rocks--the motion of the waves--the ships,
with men in them,
What stranger miracles are there?
Miracles by Walt Whitman
As to me, I know of nothing else but miracles,
Whether I walk the streets of Manhattan,
Or dart my sight over the roofs of houses toward the sky,
Or wade with naked feet along the beach, just in the edge of the
water,
Or stand under trees in the woods,
Or talk by day with any one I love--or sleep in the bed at night with
any one I love,
Or sit at table at dinner with my mother,
Or look at strangers opposite me riding in the car,
Or watch honey-bees busy around the hive, of a summer forenoon,
Or animals feeding in the fields,
Or birds--or the wonderfulness of insects in the air,
Or the wonderfulness of the sun-down--or of stars shining so quiet
and bright,
Or the exquisite, delicate, thin curve of the new moon in spring;
Or whether I go among those I like best, and that like me best--
mechanics, boatmen, farmers,
Or among the savans--or to the soiree--or to the opera,
Or stand a long while looking at the movements of machinery,
Or behold children at their sports,
Or the admirable sight of the perfect old man, or the perfect old
woman,
Or the sick in hospitals, or the dead carried to burial,
Or my own eyes and figure in the glass;
These, with the rest, one and all, are to me miracles,
The whole referring--yet each distinct, and in its place.
To me, every hour of the light and dark is a miracle,
Every cubic inch of space is a miracle,
Every square yard of the surface of the earth is spread with the
same,
Every foot of the interior swarms with the same;
Every spear of grass--the frames, limbs, organs, of men and women,
and all that concerns them,
All these to me are unspeakably perfect miracles.
To me the sea is a continual miracle;
The fishes that swim--the rocks--the motion of the waves--the ships,
with men in them,
What stranger miracles are there?
Miracles by Walt Whitman
domingo, 9 de dezembro de 2012
Sinfonia em Novembro - MQ
E a noite encerrou num abraço com a Lua
Mais nua que uma folha no Outono
Tão fria como o Inverno a Leste
Distante como aquela prisão em Porth Arthur
Tão vazia como uma garrafa no final do jantar
Errante como o quixotesco moinho de vento
Mais nua que uma folha no Outono
Tão fria como o Inverno a Leste
Distante como aquela prisão em Porth Arthur
Tão vazia como uma garrafa no final do jantar
Errante como o quixotesco moinho de vento
Chegou a madrugada montada no seu puro sangue
A galope, como se o mundo terminasse amanhã
Parou, estancou como uma hemorragia de vinho
Olhou-me nos olhos fixamente como se me achasse culpado
Fitou-me de fio a pavio mas nem uma palavra proferiu
Voltou-me as costas e partiu como chegou, perto do horizonte
Numa pressa repentina fiquei só, simplesmente singular
Sem a noite ou a madrugada ou um copo para me agarrar
Ainda acendi um cigarro na esperança de companhia
Fui caminhando na estrada da nossa rua
Sem destino certo, pela estrada fora como o livro do Kerouac
Escrevendo na corrente, com os sentidos despertos
Andei, Andei, comigo próprio dialoguei
Perdi-me numa ruela qualquer, voltei atrás e encontrei o caminho
Nunca me cansei, sem norte, nunca fiquei saciado
Procurei o rio, procurei-o como quem tem sede
Encontrei-o sozinho, de olhos bem abertos
Por entre as nuvens de Novembro encontrei o nascer do Sol
Senti o ridículo do lugar comum
Como se fosse um poema de livro de bolso
Sorri e acendei um cigarro meio húmido da escuridão
Sentei-me no porão, tremendo como uma mulher em ebulição
Enquanto soprava e expirava o fumo para o futuro levantei a cabeça,
O dia queria nascer sob um temporal cínico que se avizinhava
Os raios iam abrindo as asas como verdades por revelar
Explodiam no espaço e no tempo como memórias de amores passados
Tímido este amanhecer, pensei enquanto sorria
Tímido mas real, real como a dor e como o amor
Escuro e frágil como um recém-nascido mesmo antes de chorar
Senti-me bem, respirei fundo, arrepiei-me com esta esperança
Mais um dia após o de ontem, a Terra continuou a girar
Procurei o calor, voltei as costas ao sol e caminhei
Para casa...
Sinfonia em Novembro by MQ
sábado, 8 de dezembro de 2012
21 - Gertrude Stein
21
I love my love with a v
Because it is like that
I love my love with a b
Because I am beside that
A king.
I love my love with an a
Because she is a queen
I love my love and a a is the best of them
Think well and be a king,
Think more and think again
I love my love with a dress and a hat
I love my love and not with this or with that
I love my love with a y because she is my bride
I love her with a d because she is my love beside
Thank you for being there
Nobody has to care
Thank you for being here
Because you are not there.
And with and without me which is and without she she can be late and then and how and all around we think and found that it is time to cry she and I.
21 by Gertrude Stein
I love my love with a v
Because it is like that
I love my love with a b
Because I am beside that
A king.
I love my love with an a
Because she is a queen
I love my love and a a is the best of them
Think well and be a king,
Think more and think again
I love my love with a dress and a hat
I love my love and not with this or with that
I love my love with a y because she is my bride
I love her with a d because she is my love beside
Thank you for being there
Nobody has to care
Thank you for being here
Because you are not there.
And with and without me which is and without she she can be late and then and how and all around we think and found that it is time to cry she and I.
21 by Gertrude Stein
Subscrever:
Mensagens (Atom)