domingo, 24 de fevereiro de 2013

The Sessions

Baseado em factos reais, nomeadamente nos últimos anos de vida do poeta e jornalista Mark O'Brien, que está paralisado do pescoço para baixo, devido ao facto de ter sofrido de Polio na sua juventude, The Sessions prova que um filme, ou melhor, um grande filme, pode viver essencialmente das grandes interpretações dos seus actores.

Este drama não tem um grande argumento, requintada fotografia ou pós produção. É fruto de um orçamento curto e independente e é dirigido por um realizador inexperiente.

Como poderão comprovar usa unicamente da versatilidade e genialidade de John Hawkes, Helen Hunt e William H. Macy.

The sessions conta-nos a história simples de um homem que luta diariamente contra a impossibilidade de uma vida comum. Quase totalmente paralisado Mark, que nunca teve relações sexuais, contrata uma especialista que o guia tranquilamente aos prazeres físicos básicos do ser humano mortal.

Aquilo que começa por ser uma relação estritamente profissional e fria acaba por se transformar em algo puro, imortal e poético.
 
Nota 5

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Casta Sinceridade - MQ

Ás vezes a sinceridade é uma mentirosa, apesar de formosa
É uma libertina, uma vadia, uma flor espinhosa
Ás vezes não quer nada com a verdade, quer dançar e fugir para longe
Perde-se pelas noites de luxúria, como a de ontem, como a de hoje

Certo dia a sinceridade fugiu de mão dada com a crueldade
Casaram-se e tiveram uma ninhada de filhos perfeitos de vaidade
Viveram para sempre numa casa de madeira à beira praia
Uma casta existência, tão branca que cega, tão pura como água

Partiu com um sorriso nos lábios doces e com o longo cabelo molhado de encanto
Lágrimas frias do Inverno ainda criança, escondendo o rosto embaraçado num pranto

Fechou-me todas a portas, uma esperança alarve e cínica de menino
Derrubou-me os muros do futuro e antecipou-me o destino

A luz da Grande Lua desapareceu para o parapeito da tua janela
Apagou-se ao tentar sobreviver para além dela, ao tentar esquecê-la

A verdade foi com ela também, deixando-me louco, deixando-me no eco sem fé

Depois, veio o vazio e a festa até…



Casta Sinceridade by MQ

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

O Ano Sabático – João Tordo

João Tordo em 2013 regressa em grande forma. Um romance que o faz regressar ao seu estilo único que lhe valeu no passado a honra do prémio Saramago (2009).

“O Ano Sabático” é um livro fabuloso com uma história estimulante e bem contada. Um circulo imperfeito, tal e qual como a vida.
 
João Tordo debruça-se sobre a procura incessante da essência humana e brilha como brilhou com as “3 Vidas” ou “Hotel Memória”.  A solidão e a obsessão como forma de nos encontrarmos como homens, como seres mortais e imperfeitos.

Os caminhos de Hugo e Luís Stockman cruzam-se no início e no fim das suas vidas e assombram-nos com a sinceridade bizarra das suas existências. O absurdo está sempre presente como um presente do deuses  e, tal como um dia o grande Vergílio Ferreira sublinhou por outras palavras, difíceis de citar ou proferir, se a vida humana não fosse absurda não era humana.

A maturidade deste jovem escritor é assustadora, assim como o seu poder de criação. De um momento para o outro (re)criou um estilo que estava ausente no panorama literário português e agora parte em busca do sucesso inigualável.

Muitos sublinhavam o seu talento na criação de enredos e personagens (brilhante, a meu ver, neste último romance) e ao mesmo tempo criticavam-no por ter uma escrita juvenil, de construção demasiado rudimentar, excessivamentee adolescente para se tornar Grande. A esses críticos cínicos e cépticos apresento o “O Ano Sabático”.

Para os amantes de bons livros.

Nota 5


sábado, 2 de fevereiro de 2013

Wish you were here - Pink Floyd

So, so you think you can tell
Heaven from Hell,
Blue sky's from pain.
Can you tell a green field
From a cold steel rail?
A smile from a veil?
Do you think you can tell?

And did they get you to trade
Your heroes for ghosts?
Hot ashes for trees?
Hot air for a cool breeze?
Cold comfort for change?
And did you exchange
A walk on part in the war
For a lead role in a cage?

How I wish, how I wish you were here.
We're just two lost souls
Swimming in a fish bowl,
Year after year,
Running over the same old ground.
And how we found
The same old fears.
Wish you were here.

by David Gilmour & Roger Waters