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domingo, 14 de setembro de 2014

Traffic signals - Charles Bukowski


they disgust me
the way they wait for death
with as much passion
as a traffic signal.

these are the people who believe advertisements
these are the people who buy dentures on credit
these are the people who celebrate holidays
these are the people who have grandchildren
these are the people who vote
these are the people who have funerals

these are the dead
the smog
the stink in the air
the lepers.

these are almost everybody
finally."

Traffic signals by Charles Bukowski

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Pulp - Charles Bukowski

Assim, de uma só vez saem para o mercado, editados pela Alfaguara, dois romances incríveis de Charles Bukowski, “Hollywood” (já tive oportunidade de postar aqui a minha opinião sobre este livro) e “Pulp”.

Pulp, o último romance de Charles Bukowski, completamente a oeste de tudo o que escreveu, foi redigido nos últimos dias de vida deste grande romancista, poeta, boémio e sonhador.

Uma nova personagem principal, um novo narrador, um novo alter ego do escritor californiano, o super detective hollywoodesco Nick Belane. Vários casos por resolver, várias personagens marginais, a senda pela razão de tudo isto, a procura do significado para uma vida preenchida e reduzida a nada a poucos dias do fim.

Como se pressagiasse o futuro, Bukowski cria uma personagem brilhante, central para todo o enredo, a Senhora Morte. Esta figura é transversal a todo o romance e aparece precisamente em forma de mulher. Qual femme fatale. O seu confronto com Belane é a realização do autor com a proximidade da "Parca". Cita-a de perto, chama-lhe nomes, enamora-se dela, trata-a por Tu e cai a seus pés.

Uma despedida em forma de livro. Um romance noir. Uma comédia “bukowskiana”. O fim é o princípio de tudo.

Romance essencial para quem gosta de ler.

Nota 5

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Hollywood - Charles Bukowski


Neste admirável romance, Charles Bukowski é Henry Chinaski, velho bêbedo amante da folia, das mulheres e das corridas de cavalos. Desta vez o alter ego de Bukowski descreve o behind the scenes do filme “BarFly”, cujo guião foi escrito por si, protagonizado por Mickey Rourke e Faye Dunaway e realizado por Barbet Schroeder.

Na sua forma única, enriquecendo os diálogos, tornando-os reais aos olhos dos leitores, este grande vulto da literatura contemporânea recente, leva-nos num tour aos meandros cínicos e hipócritas de Hollywood. O estrelato vulgar dos actores, as exigências e mentiras dos produtores, os sonhos dos realizadores.

Mais uma vez, Charles Bukowski não desilude em mais um romance recentemente traduzido e editado pela Alfaguara. “Hollywood” tem todas as características para se transformar numa obra de culto.

A vida real no seu estado mais puro, ou talvez não. É melhor adjectivá-la como embriagada. Caso contrários, os amantes do autor e a sua obra (onde estou incluído) fazem-me a folha. Parabéns à editora pela aposta.

Nota: 5

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Ham on Rye - Charles Bukowski



Há alturas das nossas vidas em que, ao olharmos para trás no nosso caminho, as memórias da infância e adolescência parecem ser longínquas, como miragens no deserto.

Este "Ham on Rye" serve para Charles Bukowski como expiação para memórias dolorosas dos seus jovens anos.

De uma crueza e dureza impressionantes, Bukowski traz-nos de volta a sua personagem mais famosa, o autobiográfico e errático Henry Chinaski. Neste romance explora as aventuras e desventuras de um jovem solitário, desenraizado, marcado pelo acne e pelos espancamentos brutais do seu pai, a crescer na cidade de Los Angeles dos anos 40 e 50.

Considerado por muitos o melhor livro de Charles Bukowski, "Ham on Rye", é basicamente o resumo do inicio da vida do autor em memórias. Cozido por uma simplicidade cortante e fascinante, este livro, deixa-nos marcas profundas na melhor compreensão do comportamento humano.

Nota: 5

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A Sul de Nenhum Norte - Charles Bukowski



Quando já tinha desistido de procurar livros do Bukowski publicados em Portugal, assim do nada, num daqueles dias de prospecção aos alfarrabistas lisboetas, por descargo de consciência, vi-me numa formosa e famosa livraria do LX Factory (a única deste espaço ímpar) a procurar títulos na letra B, enquanto fazia a digestão do almoço. Foi nessa altura que me deparei com mais um livro deste autor "maldito", desta personagem assombrosa e polémica que inundou a última metade do século XX com o seu talento vagabundo.

Era "A Sul de Nenhum Norte", uma colectânea de contos, bem ao estilo cru, ultra-realista, subterrâneo e ébrio do "dirty old man", Charles Bukowski. Escusado será dizer que o devorei em duas tardes. Fui com tanta "sede ao pote" que tive que o voltar a ler uma semana depois, só para ficar saciado.

É difícil eleger o melhor ou os melhores contos deste livro, aliás, leiam todos várias vezes e desfrutem. Vão ficar arrebatados.

Nota: 5