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terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A música do acaso - Paul Auster

E se não tivemos muito mais a perder ou a temer, a nossa Mulher deixa-nos e o nosso Pai morre, deixando-nos uma pequena herança e o agridoce da solidão. O que faríamos?

Jim Nashe, personagem central deste romance notável de Paul Auster, tem todos estes condimentos e condições para se fazer à estrada. Abandonar o tudo, ou o pouco que tem e escolher seguir em frente, rumo ao desconhecido. Atrás de um sonho.

No caminho para o infinito, seguindo a música do acaso, cruza caminho com Pozzi, um suposto brilhante jogador de cartas que vai mudar o seu destino para sempre. Apostar tudo num jogo de cartas contra dois milionários excêntricos. Apostar a herança do seu Pai, a sua liberdade em troca de uma vida sem preocupações.

De repente, Nashe e Pozzi vêem-se presos a um acordo, amarrados a uma promessa. Sujeitos a um trabalho forçado sem objectivos lógicos.

Um livro fantástico que nos ensina que o destino é um lugar estranho. Tudo está delineado, ou talvez quase tudo, ou mesmo nada. Melancólico, cheio de suspense e imprevisível. Apresento-vos "A música do acaso".

Nota 5

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Palácio da Lua - Paul Auster‏



Sou suspeito quando falo de algum livro de Paul Auster, uma vez que li todos os livros traduzidos para português (vou ter a honra de vos apresentar neste espaço todos eles) e vi também os seus filmes (argumento e realização). Considero-me um fã do estilo e do autor.

Quando comprei este "Palácio da Lua" já levava uma bagagem considerável da obra deste escritor norte-americano que, volta não volta, visita o nosso país.

Esta história é a mais completa e pormenorizada de Auster, contando-nos a epopeia de Marco Stanley Fogg no conhecimento da sua própria história, da história da sua família, as suas origens como homem, desde a existência fugaz e solitária dos tempos de estudante em Columbia.

Mais uma vez, contado na primeira pessoa, com uma personagem quixotesca, à procura do sentido da vida, contra moinhos de vento, atravessando transversalmente o tempo e o espaço. Um viajante perdido que acaba por se encontrar num rio de peripécias e coincidências desaguando num "Palácio da Lua".

Nota: 5

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Diário de Inverno - Paul Auster



Para os Austerianos este era um dos livros mais esperados do ano, especialmente depois do “Palácio do Lua” editado pela Asa, em 2011.

Passei o ano todo, como fiel Austeriano, à espera deste “Diário de Inverno”, livro de memórias íntimas (demasiado íntimas até) e, ao fim de 2 dias, fui devorando todas as estórias reais com um único protagonista, o autor.

À semelhança de “Experiências com a Verdade”, “Inventar a Solidão” e “Da Mão para a Boca”, esta obra funde o autor com a personagem, e traz-nos, Paul Auster, o Homem, o artista, o escritor, o contador de histórias.

Apesar da base intimista de um livro de memórias, ficamos a conhecer, de lés a lés, um Paul Auster maduro (da infância conturbada, passando pela adolescência e primeiros anos como tradutor em Paris, até aos dias de hoje), com vontade de aprofundar a sua obra, levando-a a limites e fronteiras raramente exploradas por outros escritores.

Ficamos a conhecer melhor um escritor talentoso, mas, acima de tudo, aprendemos a gostar ainda mais de alguém que, como todos nós, pertence ao mudo real. Cresceu, sofreu, amou, foi amado, errou, arrependeu-se, fodeu, aprendeu, escreveu e num só tom, viveu.

Esta fusão de acontecimentos tem, como pano de fundo transversal, a ordem cronológica das casas onde viveu, as pessoas (personagens) que conheceu e os segredos mais escondidos da sua família, tornando “Diário de Inverno” num livro de leitura obrigatória.

Nota: 4