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domingo, 24 de fevereiro de 2013

The Sessions

Baseado em factos reais, nomeadamente nos últimos anos de vida do poeta e jornalista Mark O'Brien, que está paralisado do pescoço para baixo, devido ao facto de ter sofrido de Polio na sua juventude, The Sessions prova que um filme, ou melhor, um grande filme, pode viver essencialmente das grandes interpretações dos seus actores.

Este drama não tem um grande argumento, requintada fotografia ou pós produção. É fruto de um orçamento curto e independente e é dirigido por um realizador inexperiente.

Como poderão comprovar usa unicamente da versatilidade e genialidade de John Hawkes, Helen Hunt e William H. Macy.

The sessions conta-nos a história simples de um homem que luta diariamente contra a impossibilidade de uma vida comum. Quase totalmente paralisado Mark, que nunca teve relações sexuais, contrata uma especialista que o guia tranquilamente aos prazeres físicos básicos do ser humano mortal.

Aquilo que começa por ser uma relação estritamente profissional e fria acaba por se transformar em algo puro, imortal e poético.
 
Nota 5

domingo, 27 de janeiro de 2013

The Impossible

O Tsunami que atingiu o Sul da Ásia em 2004 e deixou todo o mundo em choque, não só pelas imagens de destruição e violência de um dos desastres naturais mais ferozes da história, mas também pelo caos que provocou e as vidas que ceifou.

Este filme do jovem realizador Juan Antonio Bayona não só é um tributo ás vitimas ou ás famílias das vitimas, mas também aos que passaram pela destruição e sobreviveram, marcados pela dor, pelo desespero e pela esperança perpétua de encontrar alguém entre as ruínas.

"The Impossible" conta-nos a história de uma família partida a meio pela desordem provocada pelo monstro que veio do mar a 26 de Dezembro de 2004 nas Ilhas Phuket.
 
Em muitas partes do filme dá-me a sensação que o objetivo é o choque, o drama desmedido a puxar para o sensacionalista. Por este motivo acho-o chocante e duro de assistir sem pestanejar.
 
Ultra-realista e brutal, dramático ao pormenor, mas, apesar de tudo, verdadeiro e autêntico. Concordo que a melhor forma de mostrar uma tragédia no cinema é arrebatar o espectador com a violência da vida real.

Excelente desempenho de Naomi Watts, que lhe vale a nomeação para o Óscar de melhor actriz em 2013.

Nota 4

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Zero Dark Thirty

Durante vários anos tornou-se um hobbie meu tentar perceber as origens  e intenções dos homens ou personagens causadoras do atentado terrorista mais noticiado e conhecido de sempre.

Dediquei-me desde o 11 de Setembro de 2001, quando ainda era um jovem estudante universitário, a informar-me sobre a história, a ideologia, as crenças, os objectivos, as motivações de homens como Osama bin Laden, Ayman al-Zawahiri, Khalid Sheikh Mohammed, Abu Faraj al-Libi, Atiyah Abd al-Rahman, ou mesmo o pai ideológico da Al-Qaeda, Sayyid Qutb.

Alguns anos mais tarde, nomeadamente  em Maio de 2012, soube da noticia da morte de bin Laden, que encerrou um ciclo de pesquisa de informação de muitas horas esquecidas de livros, jornais, internet, vídeos, fóruns, televisão e cinema.

Foi com enorme entusiasmo que em 2013, mais exactamente na semana passada, que assisti à estreia em Portugal de “Zero Dark Thirty”, filme que retrata, de forma perfeitamente documentada, os anos de perseguição ao terrorista mais re(conhecido) da história, assim como a missão dos Navy SEAL que levou à sua captura, morte e reconhecimento.

Filme explosivo, de uma realidade crua e documental. A caça ao homem no pós 11 de Setembro levada a cabo pela CIA na Arábia Saudita, no Afeganistão, no Kuwait, e no Paquistão.

Esta peça, fantasticamente realizada e dirigida pela mão de Kathryn Bigelow (The Hurt Locker) centra-se na obsessão de uma agente da CIA, de nome “Maya” (Jessica Chastain), como o véu que separa a realidade da aparência, em seguir, contra tudo e contra todos, a pista de Abu Ahmed al-Kuwaiti, um dos principais “correios” do líder da Al-Qaeda.

Falsas pistas, centenas de mortes, milhões de dólares, duas guerras e onze anos depois, a CIA encontra um bizarro complexo de habitação na cidade de Abbottabad, a 50 km da capital paquistanesa, Islamabad. Ai está refugiado Osama bin Laden.  Pela noite dentro é executado.

Grande obra do cinema contemporâneo e um marco do cinema norte-americano. Merece papel de destaque nos Óscares da Academia de 2013 e é um favorito a Melhor Filme.

Nota 5

domingo, 20 de janeiro de 2013

Amour

Anna e Georges são um casal octogenário, professores de música na reforma, cultos e instruídos. De um momento para outro Anna sofre um AVC e fica paralisada do lado direito, levando a relação do casal a um extremo nunca vivido que os vai por à prova nos últimos dias das suas vidas.

A realidade de “Amour” é um soco no estômago. O silêncio ensurdecedor que habita a solidão de cada cena é arrepiante e ao mesmo tempo cândido e doce, de um carinho extremo.

A pureza e a fraqueza da condição humana estão presentes em todos os gestos, todas as personagens, sejam centrais ou secundárias.

Nunca um filme conseguiu retratar com tanta sinceridade a complexidade do sentido da existência e resumi-la ao nada. Ao nada que somos. Um nada que é tudo. A melodia de um grito de dor. Um nada tão profundo e ao mesmo tempo tão simples e rudimentar como o Amor que já não existe.
 
Palma de Ouro em Cannes e nomeado para os Óscares da Academia nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Filme.
 
Na minha opinião, provavelmente o filme do Ano. Para a posterioridade. Único.
 
Nota  5

sábado, 19 de janeiro de 2013

Argo


Durante a crise de reféns de Teerão, Irão, em 1979, um grupo de seis americanos conseguiu fugir da Embaixada Americana na capital iraniana e exiliar-se em segredo na residência oficial do embaixador canadiano no Irão.
 
Todos os dias são vividos como o último quando as forças militares percebem que alguns funcionários diplomáticos conseguiram evadir-se durante a fatídica ocupação de 4 de Novembro. É necessário tirá-los do país mas as opções são escassas e os planos mirabolantes.
 
É exactamente com base num plano excêntrico, com base na falsa produção, realização e filmagem de um filme de ficção científica intitulado “Argo” que leva o agente da CIA Tony Mendez (Ben Affleck), a encapotar uma operação de resgate, mascarando os seis americanos de membros de uma equipe de filmagem canadiana.
 
Passado num clima de intensidade politica  sem paralelos “Argo” é a confirmação do grande talento de Affleck na realização depois de “Gone Baby Gone” e “The Town”.
 
Estamos na presença de um grande filme, extremamente estimulante, que retrata uma das missões mais arriscadas da história da inteligência/espionagem norte americana. Continua a ser um exemplo  das excelentes relações diplomáticas entre os Estados Unidos da América e o Canadá.

“Argo” está nomeado para Melhor Filme para os Óscares da Academia em 2013, depois de já ter abarcado o Golden Globe nas categorias de Melhor Realizador e Melhor Filme – Drama.
 
Nota 5