sexta-feira, 2 de novembro de 2012

A Mão do Diabo - José Rodrigues dos Santos



José Rodrigues dos Santos, como escritor, continua a cativar adeptos do seu estilo único de "romancista pedagógico".

Desta vez volta com a sua mais famosa personagem e alter-ego, Tomás Noronha, lançando-o para o cenário mais actual possível - a crise económica, financeira e social.

A crise que surgiu em 2008 nos Estados Unidos com a explosão da bolha do mercado imobiliário, o seu contágio ao resto do mundo, a entrada da China nos mercados e as crises de dívida pública nos países do Sul da Europa, precipitaram a crise da Zona Euro. 

A teoria do fracasso da moeda única, com respectivas causas e consequências, transforma "A Mão do Diabo" numa obra obrigatória.

É verdade que José Rodrigues dos Santos escreve paras as massas. A linguagem é simples, os enredos fantasiosos e inverosímeis (como os grandes blockbusters de Hollywood), mas são só uma concha, uma capa para a verdadeira missão do jornalista português: informar. Onde outros falham e continuam a falhar, José Rodrigues dos Santos brilha.

Não é um grande romance. É talvez até mediocre. Além de "A Filha do Capitão" e "A vida num Sopro" poucos são os livros que considero.

No entanto, José Rodrigues dos Santos, de uma forma superficial e simples, explica a toda a gente os motivos da crise profunda em que estamos mergulhados. Isso deve ser reconhecido. Já o tinha feito antes em todos os seus livros.

Excelente trabalho de investigação e comunicação. Extremamente inteligente e actual.

Nota: 4

2 comentários:

  1. Estou muito curiosa para ler este livro.
    Não li todos os livros dele, mas adorei “A Fúria Divina” e o “Sétimo Selo”.
    Já não posso dizer o mesmo do livro “A vida num Sopro” que ficou muito aquém das minhas expectativas.

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  2. É curioso que temos aqui duas opiniões diferentes... Ou melhor, dois gostos diferentes... O escritor tem dois tipos de romance: estes da série Tomás Noronha e o romance histórico (A Ilha das Trevas, A Filha do Capitão, A Vida Num Sopro e O Anjo Branco)... São estilos diferentes. Eu gosto de ambos, mas há quem prefira um ao outro...Eu já li todos e adoro todos eles... Sou grande admiradora do JRS, tanto enquanto jornalista como enquanto escritor. Se calhar, este "A Mão do Diabo" é o menos "literário" de todos, pois tem a grande intenção de informar (embora essa intenção esteja presente em todos)... Estamos a ler aquilo e parece-nos mais um texto informativo do que um romance... Ao ponto de uma amiga minha, ao ler o livro, ter tomado aquilo como tão real que me disse "Mas se era à hora do almoço, como é que estava um apresentador orelhudo a dar notícias na televisão?"... Parti-me a rir quando ela disse isto!

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