sábado, 12 de janeiro de 2013

Eduardo Mendoza – Rixa de Gatos

Á beira do precipício da guerra mais fratricida de todas,  Anthony Whitelands, académico, perito de Arte Espanhola do século XVII e cidadão inglês, visita Madrid para avaliar a colecção de arte de uma família aristocrata espanhola, amiga do chefe falangista, José António Primo de Rivera.

Whitelands acaba por ficar em Madrid por mais tempo do que desejava e assiste em tribuna privilegiada aos últimos dias da República espanhola, a comícios políticos da Falange, à realidade proletária perfidamente aproveitada pela “Revolução de Outubro” e os seus cavaleiros bolcheviques.

Durante a sua estadia vê-se entrelaçado e preso numa teia de intrigas políticas, históricas e amorosas, numa tragédia pintada pelo pincel do grande Velasquez e narrada por um grande romancista.

Um fresco formidável de uma Espanha em estranho período de pré-guerra, principalmente do expositivo pormenorizado da linguagem e dos costumes de uma época à espera de se desmoronar para nunca mais voltar a ser.

Uma escrita fulgurosa, de uma beleza indescritível, desenrola com tinta e pena acontecimentos turbulentos de um País desesperado, entre a espada e a parede. A guerra que inaugurou a luta de ideologias que marca o século XX. A Guerra Civil Espanhola.

Mendoza tem um dom extraordinário. Conta histórias dentro da história. Não é o habitual romance histórico mundano. É algo de muito especial. Como um livro dentro de um livro.

Nota 5

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