domingo, 25 de novembro de 2012

360

Por vezes os críticos são injustos com os filmes. Lembro-me de ler uma critica num jornal português (não vou dizer qual o jornal, nem qual o nome do critico) deste "360", realizado pelo Fernando Meirelles, e adjectivá-lo de vulgar, para não o apelidar de ordinário.

Para a maior das pessoas que gostam de cinema isto é motivo para pelo menos adiar o filme para um serão calmo ou uma tarde de chuva num domingo qualquer (foi exactamente o que fiz).

Esta peça não é vulgar, muito menos ordinária (ou cheia de lugares comuns). É um filme simples que retrata vidas simples e ao mesmo tempo complexas, unidas pela teia de um destino inexistente. Decisões difíceis, momentos difíceis. O caminho das pessoais normais, a sua viagem pela vida tal como ela é. Nisso Fernando Meirelles foi e é muito bom.

Não há aqui nenhum tentativa de ser genial ou espectacular. Apenas a vontade de demonstrar que em vários lugares do mundo somos seres únicos e imperfeitos à procura de tudo ou de nada. Ou nos deixamos levar pelas forças ocultas, arrastar pela maré ou escolhemos a bifurcação na estrada.

Isto é vulgar? Talvez. Mas todas as nossas vidas o são. Até ao dia em que escolhemos outro plano, outra via e, em circulo perfeito, voltamos ao agridoce quotidiano das nossas existências.

Talvez não haja sentido. Será que tem de haver? Talvez o único sentido são as escolhas que fazemos e as consequências dos nossos actos e palavras. Talvez até somos cobardes. Talvez até somos bravos e valentes e damos um murro na mesa que é redonda e que nos vai levar ao ponto de partida.

Vejam-no com os vossos olhos. Encontrem pontes com a vossa vida e parem de ler criticas de cinema nos jornais. Pronto, pelo menos deixem de lhes dar tanta importância. São opiniões. E como diz o Palma "as certezas são mais caras do que as opiniões".

Nota 4

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