Num cenário de infeliz falta de pontos de referência sociais e ideológicos, de falta de heróis, ícones culturais e sociais, um jovem jornalista ambicioso tenta entender a verdade e a motivação escondida nas memórias do um mártir de uma ditadura de quase cinquenta anos.
Durante esta sua senda escreve um artigo polémico, que após a sua publicação tem resultados desastrosos para sua vida.
Nesta "Anatomia dos Mártires" é explorado até mais não o mito de Catarina Eufémia, o consequente aproveitamento partidário de um mártir da história de Portugal, durante o Estado Novo.
Não consigo entender como este é considerado o melhor romance de João Tordo!
É um facto que a sua escrita é mais madura, mas isso é pouco, muito pouco. Na minha singela opinião é o pior romance do autor e é um castigo demasiado grande ler este livro depois de ler "Hotel Memória", "3 vidas" ou mesmo "Bom Inverno".
Compreendo o contexto da obra e do autor, mas um jornalista obcecado por um mito ideológico que limita a sua vida pessoal e profissional até à exaustão é, enfim, há falta de melhor adjectivo, exaustivo.
O tema dos mitos e dos mártires e o aproveitamento político e social que é feito dos mesmos é um tema profundo e actual, mas a forma como é espremido nesta obra retira-lhe a essência, complica-a e esconde-a, ficando aquém do esperado.
Nota: 2
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