quinta-feira, 14 de março de 2013

Os Subterrâneos - Jack Kerouac

Já ninguém escreve assim! Já ninguém consegue usar e abusar das palavas, como se fossem um prolongamento da alma ou coisa que o valha.

Acabei neste momento preciso e precioso de ler “Os Subterrâneos” do vagabundo cavaleiro criador, Jack Kerouac e sinto-me completamente inebriado e enevoado.
 
Não sei o que pensar do que acabei de ler. Não consigo articular correctamente os pensamentos. Sinto-me completamente dormente e fascinado.

Não, não é a primeira vez que leio Jack Kerouac! Mas é a primeira vez que leio uma coisa assim!

Este livro foi escrito em três noites seguidas e como combustível o Pai da beat generation usou álcool e comprimidos de benzedrina. O resultado está a vista e é impossível ficar indiferente à forma como nos é contada uma invulgar história de amor entre Leo (Kerouac) e Mardou.

Uma enxurrada de frases, pensamentos e improvisos ao bom estilo bop do Jazz dos anos cinquenta, no contexto único da geração literária subterrânea do pós-guerra.

Impossível de classificar. Só lendo e, ao terminar, fechar o livro e dizer: “Foda-se, este gajo é brilhante”. Depois é deixar a energia sair dos poros como transpiração e voltar ao mundo real.

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