Este autor e esta obra continuam um estilo de escrita semi-pornográfico, escatológico, sexista e chauvinista já apresentado à literatura pelos génios Charles Bukowski e John Fante.
Por muitos considerada literatura menor, mas por mim admirada e recomendada, este estilo põe a nu os desejos, os caprichos e as experiências mais sujas e depravadas da natureza humana.
Pedro Juan Gutiérrez tem o dom de o fazer com ainda mais afinco que os seus antecessores e, desenterrando a podridão, conta o quotidiano miserável de Havana dos anos noventa em pequenos contos interligados.
Ao lê-lo podem ter a certeza que ficam a conhecer muito melhor a realidade social cubana. Muito mais do que uma viagem a Cuba com tudo incluído. Aqui, a viagem é curta mas profunda, suja e decadente.
Alguns leitores podem ficar chocados com o descrito nesta obra fenomenal, mas o choque é antónimo da indiferença (inimiga da Arte).
Esta é, sem dúvida alguma, a grande arma de Gutiérrez e funciona com regra máxima na sua obra. O seu melhor livro e um marco na literatura latino-americana.
Nota: 5
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