quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Bowery Blues - Jack Kerouac

The story of man
Makes me sick
Inside, outside,
I don't know why
Something so conditional
And all talk
Should hurt me so.

I am hurt
I am scared
I want to live
I want to die
I don't know
Where to turn
In the Void
And when
To cut
Out

For no Church told me
No Guru holds me
No advice
Just stone
Of New York
And on the cafeteria
We hear
The saxophone
O dead Ruby
Died of Shot
In Thirty Two,
Sounding like old times
And de bombed
Empty decapitated
Murder by the clock.

And I see Shadows
Dancing into Doom
In love, holding
TIght the lovely asses
Of the little girls
In love with sex
Showing themselves
In white undergarments
At elevated windows
Hoping for the Worst.

I can't take it
Anymore
If I can't hold
My little behind
To me in my room

Then it's goodbye
Sangsara
For me
Besides
Girls aren't as good
As they look
And Samadhi
Is better
Than you think
When it starts in
Hitting your head
In with Buzz
Of glittergold
Heaven's Angels
Wailing

Saying

We've been waiting for you
Since Morning, Jack
Why were you so long
Dallying in the sooty room?
This transcendental Brilliance
Is the better part
(of Nothingness
I sing)

Okay.
Quit.
Mad.
Stop.

"Bowery Blues" by Jack Kerouac

domingo, 27 de janeiro de 2013

The Impossible

O Tsunami que atingiu o Sul da Ásia em 2004 e deixou todo o mundo em choque, não só pelas imagens de destruição e violência de um dos desastres naturais mais ferozes da história, mas também pelo caos que provocou e as vidas que ceifou.

Este filme do jovem realizador Juan Antonio Bayona não só é um tributo ás vitimas ou ás famílias das vitimas, mas também aos que passaram pela destruição e sobreviveram, marcados pela dor, pelo desespero e pela esperança perpétua de encontrar alguém entre as ruínas.

"The Impossible" conta-nos a história de uma família partida a meio pela desordem provocada pelo monstro que veio do mar a 26 de Dezembro de 2004 nas Ilhas Phuket.
 
Em muitas partes do filme dá-me a sensação que o objetivo é o choque, o drama desmedido a puxar para o sensacionalista. Por este motivo acho-o chocante e duro de assistir sem pestanejar.
 
Ultra-realista e brutal, dramático ao pormenor, mas, apesar de tudo, verdadeiro e autêntico. Concordo que a melhor forma de mostrar uma tragédia no cinema é arrebatar o espectador com a violência da vida real.

Excelente desempenho de Naomi Watts, que lhe vale a nomeação para o Óscar de melhor actriz em 2013.

Nota 4

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Zero Dark Thirty

Durante vários anos tornou-se um hobbie meu tentar perceber as origens  e intenções dos homens ou personagens causadoras do atentado terrorista mais noticiado e conhecido de sempre.

Dediquei-me desde o 11 de Setembro de 2001, quando ainda era um jovem estudante universitário, a informar-me sobre a história, a ideologia, as crenças, os objectivos, as motivações de homens como Osama bin Laden, Ayman al-Zawahiri, Khalid Sheikh Mohammed, Abu Faraj al-Libi, Atiyah Abd al-Rahman, ou mesmo o pai ideológico da Al-Qaeda, Sayyid Qutb.

Alguns anos mais tarde, nomeadamente  em Maio de 2012, soube da noticia da morte de bin Laden, que encerrou um ciclo de pesquisa de informação de muitas horas esquecidas de livros, jornais, internet, vídeos, fóruns, televisão e cinema.

Foi com enorme entusiasmo que em 2013, mais exactamente na semana passada, que assisti à estreia em Portugal de “Zero Dark Thirty”, filme que retrata, de forma perfeitamente documentada, os anos de perseguição ao terrorista mais re(conhecido) da história, assim como a missão dos Navy SEAL que levou à sua captura, morte e reconhecimento.

Filme explosivo, de uma realidade crua e documental. A caça ao homem no pós 11 de Setembro levada a cabo pela CIA na Arábia Saudita, no Afeganistão, no Kuwait, e no Paquistão.

Esta peça, fantasticamente realizada e dirigida pela mão de Kathryn Bigelow (The Hurt Locker) centra-se na obsessão de uma agente da CIA, de nome “Maya” (Jessica Chastain), como o véu que separa a realidade da aparência, em seguir, contra tudo e contra todos, a pista de Abu Ahmed al-Kuwaiti, um dos principais “correios” do líder da Al-Qaeda.

Falsas pistas, centenas de mortes, milhões de dólares, duas guerras e onze anos depois, a CIA encontra um bizarro complexo de habitação na cidade de Abbottabad, a 50 km da capital paquistanesa, Islamabad. Ai está refugiado Osama bin Laden.  Pela noite dentro é executado.

Grande obra do cinema contemporâneo e um marco do cinema norte-americano. Merece papel de destaque nos Óscares da Academia de 2013 e é um favorito a Melhor Filme.

Nota 5

domingo, 20 de janeiro de 2013

Amour

Anna e Georges são um casal octogenário, professores de música na reforma, cultos e instruídos. De um momento para outro Anna sofre um AVC e fica paralisada do lado direito, levando a relação do casal a um extremo nunca vivido que os vai por à prova nos últimos dias das suas vidas.

A realidade de “Amour” é um soco no estômago. O silêncio ensurdecedor que habita a solidão de cada cena é arrepiante e ao mesmo tempo cândido e doce, de um carinho extremo.

A pureza e a fraqueza da condição humana estão presentes em todos os gestos, todas as personagens, sejam centrais ou secundárias.

Nunca um filme conseguiu retratar com tanta sinceridade a complexidade do sentido da existência e resumi-la ao nada. Ao nada que somos. Um nada que é tudo. A melodia de um grito de dor. Um nada tão profundo e ao mesmo tempo tão simples e rudimentar como o Amor que já não existe.
 
Palma de Ouro em Cannes e nomeado para os Óscares da Academia nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Filme.
 
Na minha opinião, provavelmente o filme do Ano. Para a posterioridade. Único.
 
Nota  5

sábado, 19 de janeiro de 2013

Argo


Durante a crise de reféns de Teerão, Irão, em 1979, um grupo de seis americanos conseguiu fugir da Embaixada Americana na capital iraniana e exiliar-se em segredo na residência oficial do embaixador canadiano no Irão.
 
Todos os dias são vividos como o último quando as forças militares percebem que alguns funcionários diplomáticos conseguiram evadir-se durante a fatídica ocupação de 4 de Novembro. É necessário tirá-los do país mas as opções são escassas e os planos mirabolantes.
 
É exactamente com base num plano excêntrico, com base na falsa produção, realização e filmagem de um filme de ficção científica intitulado “Argo” que leva o agente da CIA Tony Mendez (Ben Affleck), a encapotar uma operação de resgate, mascarando os seis americanos de membros de uma equipe de filmagem canadiana.
 
Passado num clima de intensidade politica  sem paralelos “Argo” é a confirmação do grande talento de Affleck na realização depois de “Gone Baby Gone” e “The Town”.
 
Estamos na presença de um grande filme, extremamente estimulante, que retrata uma das missões mais arriscadas da história da inteligência/espionagem norte americana. Continua a ser um exemplo  das excelentes relações diplomáticas entre os Estados Unidos da América e o Canadá.

“Argo” está nomeado para Melhor Filme para os Óscares da Academia em 2013, depois de já ter abarcado o Golden Globe nas categorias de Melhor Realizador e Melhor Filme – Drama.
 
Nota 5


sábado, 12 de janeiro de 2013

Eduardo Mendoza – Rixa de Gatos

Á beira do precipício da guerra mais fratricida de todas,  Anthony Whitelands, académico, perito de Arte Espanhola do século XVII e cidadão inglês, visita Madrid para avaliar a colecção de arte de uma família aristocrata espanhola, amiga do chefe falangista, José António Primo de Rivera.

Whitelands acaba por ficar em Madrid por mais tempo do que desejava e assiste em tribuna privilegiada aos últimos dias da República espanhola, a comícios políticos da Falange, à realidade proletária perfidamente aproveitada pela “Revolução de Outubro” e os seus cavaleiros bolcheviques.

Durante a sua estadia vê-se entrelaçado e preso numa teia de intrigas políticas, históricas e amorosas, numa tragédia pintada pelo pincel do grande Velasquez e narrada por um grande romancista.

Um fresco formidável de uma Espanha em estranho período de pré-guerra, principalmente do expositivo pormenorizado da linguagem e dos costumes de uma época à espera de se desmoronar para nunca mais voltar a ser.

Uma escrita fulgurosa, de uma beleza indescritível, desenrola com tinta e pena acontecimentos turbulentos de um País desesperado, entre a espada e a parede. A guerra que inaugurou a luta de ideologias que marca o século XX. A Guerra Civil Espanhola.

Mendoza tem um dom extraordinário. Conta histórias dentro da história. Não é o habitual romance histórico mundano. É algo de muito especial. Como um livro dentro de um livro.

Nota 5

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Primavera há-de chegar, Bandini - John Fante

Este romance do pouco conhecido e reconhecido John Fante é o início da trilogia Bandini, que o tornou, na minha opinião, num dos ícones da literatura pós lost generation, conta-nos os primeiros anos de vida de Arturo Bandini, personagem principal do romance "Pergunta ao pó", que já tive oportunidade de aqui vos presentear e sugerir.

Poucos autores conseguem retratar as assimetrias sociais da América do início de século ou mesmo as realidades distorcidas e disfuncionais das classes baixas e altas do período da Grande Depressão, nomeadamente as consequências dos fluxos de imigração de famílias italianas que Inundaram o Novo Continente nos princípios do século XX.

A história de uma família pobre e desenraizada. Um pai que sustenta uma Mãe e três filhos. A religiosidade extrema como pano de fundo, o quotidiano, as crenças, os vícios e as virtudes de gente humilde.

O pecado do adultério ali à porta, como um corvo que espreita nas madrugadas de vazio, regadas e esmagadas pela neve de um inverno infernal.

O perdão, a redenção, a procura de uma moral nova e o nascer de um sonho. Um eco de dias que se avizinham. Uma continuidade repetida mas ansiosamente esperada.

Um belo livro de um grande romancista contemporâneo. Mais uma vez lê-se demasiado rápido e ficamos com a sensação que algo de novo começou a nascer dentro de nós.
 
Nota 5

domingo, 6 de janeiro de 2013

Dentro do Segredo - José Luís Peixoto

Fruto da maturidade literária de José Luís Peixoto, "Dentro do Segredo, Uma viagem à Coreia do Norte", não é o puro livro de viagens a que Paul Theroux ou Bruce Chatwin nos habituaram.

Este livro é o principio, o meio e o fim de algo especial, a tentativa de um Homem demonstrar aos outros homens os limites da verdade, o segredo que todos temos dentro de nós, fruto da solidão humana e da necessidade de afirmação perante a espécie.

A Coreia do Norte é a analogia perfeita. É o regime totalitário mais fechado do mundo. É um país construído em torno da fachada da propaganda e do culto da personalidade dos lideres do passado e do presente.

É uma nação que nasce e sobrevive do medo recalcado da sua história e do seu futuro. É um case study.
Um regime totalitário politico, económico, cultural e espiritual. Uma grande mentira, mascarada de grande verdade.

Com cartas dadas na ficção e na poesia, Peixoto abre a Caixa de Pandora e expõe, pondo em causa a sua própria vida, aquilo que está para lá do espelho, para lá do segredo.

Nota 5

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Votem no Dinis

Boa Noite,

este é o pequeno Dinis, um menino muito especial, filho de uma amiga minha. Gostava de aproveitar o meu blogue para vos pedir que votem diariamente (não custa nada - são 10 segundos) para que ele ganhe o primeiro prémio de 700.00 Euros do concurso MyTimberland.

A votação acaba no dia 6-1-2013 por isso não percam tempo e toca a votar (cada utilizador do Facebook pode e deve votar uma vez por dia) e o endereço é http://www.mytimberland.pt/website/galeria.php?detail=2367.

PS: Não basta fazer “Gosto” ou partilhar: TÊM MESMO DE VOTAR E AGUARDAR CONFIRMAÇÃO DO VOTO.

Abraços